China corta juro após novos dados fracos
Após nova rodada de indicadores fracos, a China cortou hoje a taxa de empréstimos de um ano em 15pbs, para 2,5%. A redução foi a segunda em três meses e abre espaço para a queda dos juros de empréstimo na próxima semana. Os receios de que a economia não atinja a meta de 5% do PIB e afete o crescimento global seguiram-se ao agravamento da crise imobiliária, que pesou para as commodities e os emergentes.
Nesta 3ªF, o foco se desloca para dados do varejo nos EUA, enquanto aqui os investidores acompanham duas palestras de Galípolo – as primeiras depois que entrou para o BC. Em paralelo, um inesperado conflito entre os melhores amigos Lira e Haddad aumenta a pressão do Centrão sobre o governo Lula e a agenda econômica.
O ministro denunciou em entrevista para Reinaldo Azevedo um “poder muito grande” da Câmara, que não poderia ser usado para “humilhar o Senado e o Executivo”. O vídeo não demorou a Lira; Haddad telefonou para o aliado e disse que não estava se referindo “à atual legislatura” e ouviu dele um pedido público de explicação.
Os mercados já estavam fechados quando a coisa estourou. Líderes do bloco, que além de mais cargos querem mais emendas, aproveitaram a “crise do dia” para dizer que a votação do arcabouço pode ficar para o fim do mês, o que atrapalharia a elaboração e o envio do Orçamento ao Congresso até 31/8.
No Twitter, Lira disse que “manifestações enviesadas não contribuem para o diálogo e a construção de pontes tão necessárias ao avanço do País”. Não se acredita, no entanto, que o presidente da Câmara levará essa desavença adiante. Há informações não confirmadas de que Lula e Lira terão uma conversa ainda hoje.
CHINA HOJE – A produção industrial cresceu 3,7% em julho, contra igual período do ano passado, e ficou abaixo da previsão de 4,1%. As vendas no varejo avançaram 2,5% e também frustraram o consenso de 4,5%. No Japão, o PIB real subiu 1,5% no 2Tri contra o 1Tri e superou a previsão de +0,45%.
EUA – As vendas no varejo em julho (9h30) são esperadas com expectativa. Segundo o consenso, crescimento de 0,4% na margem. No mesmo horário, sai o índice Empire State de atividade industrial de NY, com previsão de recuo de 0,6 em agosto, após 1,1 em julho.
O NOVO BC – Gabriel Galípolo falará às 10h30 por videoconferência ao Conselho Federal de Economia. Às 12h30, ele participa de evento online do site Brazil Journal. Já RCN faz palestra (12h) em almoço da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE), em Brasília, e às 17h, a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fernanda Guardado, participa de evento da XP.
ELETROBRAS – O mercado foi pego de surpresa, após o fechamento, pelo anúncio da renúncia do CEO, Wilson Ferreira Jr., cerca de um ano depois de ele ter reassumido o comando da companhia, após a privatização. No after hours, o ADR da companhia afundou 3,14%, na repercussão negativa à saída abrupta do executivo. Ele será substituído imediatamente por Ivan Monteiro (presidente do Conselho de Administração).
MAIS AGENDA – Nubank solta balanço após o fechamento. Nos EUA, o Fed boy Neel Kashkari, participa de conferência ao meio-dia. Às 11h, sai o índice NAHB de confiança das construtoras em agosto. Na Alemanha, tem o índice Zew (6h). Um feriado na Itália mantém a bolsa de Milão fechada nesta 3ªF.
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As manchetes desta 3ªF, 15/8/2023
VALOR
▪️Mercado argentino sofre turbulência depois da vitória de Milei nas primárias
▪️Lira cancela reunião após fala de Haddad
▪️Número de empresas no 'grupo do bilhão' no varejo bate recorde
GLOBO
▪️Dólar e juros disparam na Argentina após vitória de Milei
▪️Haddad vê excesso de poder na Câmara, e Lira rebate ministro
▪️CEO na Eletrobras renuncia, um ano após a privatização
FOLHA
▪️Ultraliberal Javier Milei lidera, e direita domina primárias na Argentina
▪️Ministro critica poder da Câmara e cria ruído com Lira
▪️Bolsonaro atribui a TCU demora em devolver joias
ESTADÃO
▪️Na Argentina, peso cai e BC sobe juros após radical vencer prévia
▪️Declaração de Haddad causa mal-estar na Câmara, e Lira cancela reunião
▪️Compras online em sites estrangeiros crescem 150% em cinco anos
O que vai rolar hoje
▪️ EUA: Balanço de Nubank, após o fechamento do mercado
▪️ 04h30 — Rússia: Banco Central faz reunião de emergência para discutir juros básicos
▪️ 06h00 — Alemanha ZEW: Índice de expectativas econômicas de agosto
▪️ 09h30 — EUA/Deptº do Comércio: Vendas no varejo de julho
▪️ 09h30 — EUA/Fed de NY: índice Empire State de atividade industrial de agosto
▪️ 10h15 — FGV: Monitor do PIB de junho
▪️ 10h30 — Diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, profere palestra por videoconferência em evento do Conselho Federal de Economia (Confecon)
▪️ 11h00 — EUA/NAHB: Índice de Confiança das Construtoras de agosto
▪️ 12h00 — EUA: Presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari participa de conferência organizada pelo Grupo APi
▪️ 12h00 — Roberto Campos Neto profere palestra em almoço da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE), em Brasília
▪️ 12h30 — Galípolo participa de evento online do Brazil Journal
▪️ 13h00 — Colômbia/Dane: PIB do 2TRI
▪️ 14h00 — Fernando Haddad deve receber Cláudio Cajado e Simone Tebet na Fazenda para discutir arcabouço fiscal
▪️ 15h30 — Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Mauricio Moura, participa de Audiência Pública da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, na Câmara dos Deputados
▪️ 16h00 — Argentina/Indec: CPI de julho
▪️ 17h00 — Diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fernanda Guardado, participa do fechamento da 3ª Conferência da XP Inc. sobre Política e Economia com o tema “Sob o Olhar Delas”, em Brasília
▪️ 17h30 — EUA API: estoques de petróleo da semana até 11/08
China corta juro, mas não evita quedas na Ásia; PIB do Japão do 2TRI supera projeção
A maioria das bolsas asiáticas caiu após nova decepção com indicadores chineses de julho, mesmo após inesperado corte de juros pelo PBOC. O banco central reduziu em 0,15 pp a taxa de empréstimos de 1 ano para instituições financeiras, para 2,5%, o nível mais baixo desde sua criação, em 2014. Horas depois, cortou também taxas de curto prazo. Pesaram mais no sentimento a desaceleração anualizada das vendas no varejo (+2,5%, ante consenso de +4,5% e +3,1% em junho) e da produção industrial (+3,7%, ante consenso e leitura anterior de +4,4%). Também chamou a atenção a suspensão da divulgação da taxa de desemprego entre os jovens. Tóquio foi a notável exceção de alta, depois que o PIB do 2TRI cresceu 1,5% na base sequencial e 6% na base anualizada. O minério em Dalian subiu 1,58%. Confira o fechamento:
(Lucia Boldrini + agências)
▪️Tóquio — Nikkei: +0,56%
▪️Hong Kong — Hang Seng: -1,03%
▪️Taiwan — Taiex: +0,37%
▪️Coreia — Kospi: -0,79%
▪️China — Xangai: -0,07%
▪️China — Shenzhen: -0,66%
Londres lidera quedas na Europa após dados da China, que pioram com alerta da Fitch sobre bancos nos EUA
As bolsas europeias recuam após novos dados de julho reforçarem a preocupação com o crescimento chinês. Londres volta a liderar as perdas, na véspera da divulgação da inflação de julho, com o crescimento em ritmo recorde dos salários no 2TRI, de 8,2% na base anualizada, ante 7,2% no anterior e quase 1 ponto acima da projeção. Pouco depois das 6h30, o pré-mercado de Nova York, que era misto, passou a cair em bloco após a CNBC informar que a agência Fitch, em junho, também piorou sua avaliação da situação dos bancos americanos. O rebaixamento de dez bancos regionais pela Moody's, recentemente, pressionou o setor globalmente. O índice dólar DXY devolve parte dos ganhos de ontem (-0,26%, 102.923), mas o petróleo operam em baixa de olho na China. Confira os índices às 7h09:
(Lucia Boldrini + agências)
▪️Londres — FTSE100: -1,45%
▪️Frankfurt — DAX: -1,04%
▪️Paris — CAC 40: -1,13%
▪️Madrid — Ibex 35: -0,97%
▪️Europa — Stoxx 600: -0,97%
Pré-mercado em NY
▪️Futuros: Dow Jones (-0,55%), S&P 500 (-0,53%), Nasdaq (-0,51%)
▪️Treasuries: T-note de 10 anos sobe 4,7 pontos-base, a 4,229%, de 4,182% no fechamento; T-note de 2 anos avança 0,6 ponto-base, a 4,971% (de 4,965%)
▪️Dólar DXY: -0,23% (102,953 pontos)
▪️Petróleo: Brent/out a US$ 85,65 (-0,65%); WTI/set a US$ 81,84 (-0,81%)
▪️Ouro: -0,40%, a US$ 1.936,20 a onça-troy
Confederação de Municípios divulga estudo nesta 3ªF: metade deles está no vermelho e prefeitos querem mais verbas
A Confederação Nacional de Municípios apresentará levantamento nesta 3ªF com mais de 4.600 prefeitos para pressionar o Congresso pela aprovação de projetos que ampliem os repasses federais, bem como cobrar a liberação de emendas parlamentares. O documento mostra que 51% dos municípios registraram déficit primário nos primeiros seis meses deste ano. No mesmo período do ano passado, o percentual era de 7%. O desequilíbrio, segundo a Confederação, foi gerado por um forte crescimento dos gastos, da ordem de 24%, superior ao avanço das receitas, que marcou 8,4%.
⚠️ Rússia eleva taxa básica de juros em 35 pontos, de 8,5% para 12,0% ao ano
++ A decisão servirá para limitar riscos à estabilidade de preços, segundo comunicado do BC russo
++ O banco avalia que a pressão inflacionária está crescendo no país, com alta da demanda, que supera a capacidade de produção de se expandir
▪️A consultoria Capital Economics avalia que o BC da Rússia deve continuar a elevar os juros após a alta de hoje e que o país precisa fazer mais no curto prazo a fim de conter a queda do rublo sem adotar algum controle cambial estrito ou intervir no câmbio. O rublo recuou quase 30% frente ao dólar neste ano.
Alemanha: índice ZEW de expectativas econômicas sobe a -12,3 pontos em agosto, de -14,7 em julho
CARTÃO DE CRÉDITO
Em entrevista a Reinaldo Azevedo, Fernando Haddad defendeu que seja mantido o parcelamento sem juros no cartão de crédito. “Não pode mexer nisso aí, comprometeria o padrão do consumo brasileiro.”
... Mais tarde, voltou ao tema com jornalistas em Brasília, dizendo que o parcelado sem juros no cartão de crédito corresponde a mais de 70% das vendas e que “há um cuidado em buscar uma solução para o rotativo que não afete essas compras”.
... Sobre o crédito do rotativo, afirmou que 15% ao mês (437,3% ao ano, segundo dados de junho), é “inviável, é um problema que temos de resolver”. Ele confirmou que uma solução deverá ser encaminhada pelo grupo de trabalho no prazo de 90 dias.
... Em nova nota, nesta 2ªF, a Febraban afirmou que não há qualquer pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito e que nenhum dos modelos em discussão pressupõe uma ruptura do produto e de como ele se financia.
... “A Febraban continuará perseguindo uma solução que passe por transição gradual, para que se alcance a convergência que, ao mesmo tempo, beneficie os consumidores e garanta a viabilidade do produto para os elos que atuam na indústria do cartão.” (Do BDM Morning Call)
Crise argentina já reduz exportações de produtos brasileiros para o país
A piora da crise argentina já afeta setores da economia brasileira que estabelecem trocas comerciais com o país, informa o Globo. Representantes de associações ligadas a produtos manufaturados relatam queda nas exportações este ano e temem piora nos envios nos próximos meses - ao menos até dezembro, quando os argentinos decidirão quem será o novo presidente do país. Um dia após a vitória inesperada do candidato de extrema direita, Javier Milei nas prévias, o banco central decidiu subir a taxa básica de juros em 21 pontos, para 118% ao ano, e subir o dólar oficial em 22%, que passa a valer 350 pesos.
Veja + no Globo (https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2023/08/15/crise-argentina-ja-reduz-exportacoes-de-produtos-brasileiros-para-o-pais.ghtml)🔑
Conversa tensa sobre taxação de offshores precedeu desentendimento entre Lira e Haddad
A Folha apurou bastidores de uma conversa entre o ministro da Fazenda e o presidente da Câmara sobre o tema de offshores, que teria ocorrido na 6ªF. Segundo os repórteres, essa conversa precedeu a declaração do ministro Haddad de que a Casa comandada por Lira tem "um poder muito grande" — essa declaração gerou mal estar entre os dois aliados, obrigando Haddad a se explicar publicamente, dizendo que não se referia à atual legislatura. Na conversa, o tema era a votação da medida para taxação de offshores, considerada crucial pela Fazenda para reforçar as receitas do Tesouro no ano que vem. No diálogo, no entanto, Lira deixou claro, em tom incisivo, que resiste ao avanço da medida.
Leia + na Folha (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/08/conversa-tensa-sobre-taxacao-de-offshores-precedeu-desentendimento-entre-lira-e-haddad.shtml)🔑
Tarcísio proíbe novas contratações com empresa do próprio secretário
O governador de SP afirmou ter determinado que não sejam feitos mais novos contratos com a Multilaser, empresa de seu secretário, Renato Feder, durante a atual gestão. A decisão se deu após o Estadão revelar que foram feitos três negócios com a empresa neste ano. Apesar disso, Tarcísio afirmou considerar que contratos feitos com a firma se deram “dentro da regra do jogo”. Segundo ele, por causa disso, os negócios serão honrados pelo governo.
Avanço na reforma da renda pode diminuir IVA e tributação da folha, diz Appy à CNN
O secretário Bernard Appy afirmou em entrevista à CNN que eventuais avanços na arrecadação proporcionados pela mudança de regras do Imposto de Renda podem diminuir a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e a tributação da folha de pagamento. “Pode, sim [diminuir tributação no consumo e folha]. A situação fiscal do país não permite que a gente sinalize redução na arrecadação sem compensação”, disse. “Vamos ter a discussão do imposto de renda e, se houver a possibilidade de arrecadar mais, o dispositivo diz que esses recursos podem ser usados para reduzir o IVA e tributação sobre a folha”.
Veja + na CNN (https://www.cnnbrasil.com.br/economia/avanco-na-reforma-da-renda-pode-diminuir-iva-e-tributacao-da-folha-diz-appy-a-cnn/)
++ ⚠️ Reino Unido: desemprego sobe a 4,2% no trimestre até junho
++ Expectativa era de que a taxa fica estável em 4,0%
++ Salário médio semanal acelerou a uma alta de 7,8% nos três meses até junho ante previsão de 7,3%
++ Números anteriores foram revisados para crescimento de 7,5%
⚠️ #MERCADOS: Minério de ferro opera em alta nesta 3ªF no mercado asiático
Por volta de 7h20, os contratos futuros do minério de ferro em Cingapura operavam em alta de +0,70%, valendo US$ 100,95 por tonelada. Os contratos à vista operavam em alta de +0,63% aos US$ 104,05 por tonelada. Em Dalian, na China, o minério era negociado em alta de +1,58% a US$ 101,72 por tonelada. (Fonte: Trading View e operadores)
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