*O dado*:
Assim como esperado o FED elevou as taxas em 75 basis point elevando a taxa alvo para o range de 3% a 3.25% a maior taxa desde 2008. Adicionalmente o FED revisou todas suas estimativas para economia americana. Em suma: revisão do crescimento de PIB para 2022 para 0.2% ante 1.7% estimado anteiormente; elevação das estimativas para taxas dos Fed Funds olhando a frente em 4.4% para 2022, 4.6% para 2023 e 3.9% para 2024; elevação das estimativas de inflação, a qual deve (de acordo com estimativas do Fed) acabar 2022 em 5.4%, caindo para 2.8% em 2023, mas somente chegando a meta de 2% em 2025 - https://www.federalreserve.gov/monetarypolicy/fomcprojtabl20220921.htm.
*Impacto*:
Impacto foi imediato com bolsa caindo: o Dow Jones caiu cerca de 240 pontos logo depois do anúncio, o S&P 500 caiu 0,8%, e o Nasdaq Composite perdeu 1%. As taxas de juros de 2 anos tiveram um salto saindo de 3.99% para 4.12% em cerca de 10 minutos após o anúncio. E o dólar se mostrou volátil contra o Real variando entre um range de 5.16 a 5.20.
*Leitura*: o aumento de juro veio em linha com o esperado e não representa em si uma surpresa. No entanto, todas demais projeções realmente surpreenderam e apresentaram uma perspectiva bastante negativa, com inflação maior e mais permanente; taxas de juros que devem se manter altas por um período prolongado; e com projeção de menor crescimento para economia americana. Os impactos disso são um dólar mais forte, um cenário desafiador para o mercado de ações em um cenário de desaceleração/recessão nos EUA. O Fed parece buscar recompor a credibilidade com o mercado através de uma postura mais hawkish frente ao cenário inflacionário que teima em não ceder.
São 14h15min de Miami, logo mais teremos o speech do presidente do Fed, Jerome Powell o qual pode trazer mais pistas acerca das decisões futuras de política monetária.
William Castro Alves
Estrategista-chefe da Avenue Securities
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